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Declamadora: Josefa Domingos da Silva
Poesia: Aperto no coração
Autor: Leonardo Pedro da Silva (filho da declamadora)Sei que as árvores são belas,
Mas nem sempre consigo encontrá-las...
Elas quase não existem:
Os homens teimam em derrubá-las.
Também sei que o céu é bonito,
Mas não tenho prazer de voar:
Ele está tão poluído
Que pode nos sufocar.
A Floresta morre calada
Mas a cada árvore derrubada
Há um aperto no coração
daqueles que lutam até então
para que a Floresta não fosse ao chão.
Também sei que viver com a natureza
tem que ter muita responsabilidade
pois é ela que nos dá toda essa beleza
que um dia, quem sabe? Não será mais raridade.
Declamadora: Josefa Domingos da Silva
Poesia: Podemos viver juntos
Autora: Josefa Domingos da Silva
Podemos viver juntos
em união,
Com os pássaros voando no céu,
E nas árvores pulando, o mico-leão.
Podemos viver juntos
em união,
Com o verde das matas,
E o Rio São João.
Podemos viver juntos
e colaborar,
Não deixando morrer,
O Bosque do Gargoá.
Declamadora: Lídia Lima de Moura
Poesia: Ensina-me a viver
Autor: Mário Barreto FrançaEnsina-me Senhor, a viver como as flores, perfumando o jardim, ornamentando a vida, abrindo-se em sorriso em dádivas de cores na glorificação da terra agradecida.
Ensina-me Senhor, a viver como os rios, nutrindo os animais, fertilizando os prados, elevando aos sertões e aos matagais sombrios, o conforta da seiva e a benção dos banhados.
Ensina-me a viver como as florestas densas, dando frutos e sombra a toda criatura, no altruísmo de dar sem querer recompensa, no prazer de ajudar, quem cansado as procura!

Ensina-me a viver como vivem as aves, entrecortando o espaço em doces burburinhos, exaltando a criação com seus cantos suaves, enaltecendo o amor, no aconchego dos ninhos.
Ensina-me Senhor, a viver como as crianças, expansão singular, de sua ingenuidade, tendo em cada sorriso um mundo de esperanças, em cada beijo puro, um rosal de bondade.
Ensina-me Senhor, a viver como noites e dias, invernos, verões, outonos, primaveras, na glória de espalhar descansos e alegrias, as perpassar sem fim, dos anos e das eras.
Ensina-me Senhor, a viver como os Santos, na missão de espalhar o bem e a paz no mundo, a quem vive chorando, a lhe enxugar os prantos, a quem vive tão só, dando-lhe amor profundo.
Ensina-me por fim, a viver como queres, pronto para servir, vendo que em ti resisto, exaltando em Maria, a glória das mulheres, e os homens, a exaltação de Cristo.
Declamador: João Mac-Cormick
Poesia: Soneto XVII (Cem sonetos de amor)
Autor: Pablo NerudaNão te amo como se fosses a rosa de sal, topázio
Ou flechas de cravos que propagam o fogo:
Te amo como se amam certas coisas obscuras,
Secretamente, entre a sombra e a alma.
Te amo como a planta que não floresce e leva
Dentro de si, oculta, a luz daquelas flores,
E graças a teu amor vive escuro em meu corpo
O apertado aroma que ascendeu da terra.
Te amo sem saber como, nem quando, nem onde,
Te amo assim diretamente sem problemas nem orgulho:
Assim te amo porque não sei amar de outra maneira,
Senão assim deste modo que não sou nem és,
Tão perto que tua mão sobre o meu peito é minha,
Tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho.
Declamador: João Mac-Cormick
Poesia: Poeminha do contra
Autor: Mário QuintanaTodos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!
Contista: Josana Silva Mac-Cormick
Conto: A menina rica
Autora: Josana Silva Mac-Cormick
Era uma vez, uma menina muito rica, ela era muito famosa tinha uma mansão e tudo que rico podia ter. Mais ela tinha muitos problemas, não podia falar com ninguém, não podia ter amigas não podia nem sair na rua...
Era muito chata a vida dela, ela não sabia o que é brincar!
Um dia, ela resolveu fugir, fugir para outro país e nunca mais voltar para aquele.
— Eu vou fugir desse lugar, aqui é muito ruim, não posso fazer ou falar nada!
Disse ela.
Quando ela chegou no país, não tinha dinheiro nenhum, nem uma casa, ela não tinha nada.
Anos e anos se passaram e muitas coisas aconteceram com ela: foi levada ao orfanato, foi adotada depois fugiu de novo e assim foi... A vida dela ficou um inferno!
Quando ela fez 19 anos, ela arranjou um emprego e teve dinheiro para estudar, comprou uma casa, conheceu muitas pessoas e teve amigos que ficaram com ela para sempre. Ela até se apaixonou por um garoto...
Depois de bastante tempo, quando ela já teve filhos e os filhos dela já tiveram outros filhos, um homem tocou a campainha da porta dela, e fez algumas perguntas:
— Qual seu nome?
— Como foi seu passado?
Perguntava ele.
Até que uma hora ele chegou a uma conclusão, que ela era a menina de muitos e muitos tempos atrás, a rainha do país que ele veio.
Ele queria que ela fosse junto com ele, para continuar a comandar o país, mas ela não aceitou.
— Por quê?
Perguntou ele.
— Porque aqui eu faço amigos, amei um garoto, vi pessoas negras! Eu nunca tive a oportunidade disso, se eu continuar lá, nunca vou ter outra oportunidade.
Disse ela.
— Ok então, tenho um longo trabalho, preciso achar uma nova princesa, adeus!!
Disse ele.
— Adeus!!
Disse ela.
E ela viveu muito feliz com a sua decisão e ficou orgulhosa de sua família.
Fim!
Moral da história: A pessoa rica de dinheiro é pobre de sentimentos e a pessoa pobre de dinheiro é rica de sentimentos, todos são ricos de alguma coisa, se você é perfeita, você é rica de sentimentos!
Declamadora: Lídia Lima de Moura, a pedido de Vera Lucia da Silva Juvenal
Poesia: Apelo
Autora: Vera Lucia da Silva Juvenal
O rio corre,
Corre para o mar
barcos, pescadores
pessoas a nadar
cheio de vida!
Por que não preservar?
Às suas margens,
o mangue pede socorro
o goiamum, o caranguejo
Você vê por instante.
O lixo indesejável
É o que se vê bastante
Por que não preservar?
Rio que corre,
Corre para o mar
banha um lindo bosque
chamado gargoá
que o homem sem consciência
Só pensa em desmatar
não se importa com a vida
Por que não preservar?
No Bosque do Gargoá
pássaros coloridos
voam para lá e para cá
a borboleta da praia
o ouriço, o gambá
belezas raras que o homem quer acabar.
O mico-leão-dourado
animal em extinção
É motivo de orgulho
para a população
Vamos preservar!!!
Declamadora: Lídia Lima de Moura, a pedido de Vera Lucia da Silva Juvenal
Poesia: Entre o mar e a montanha
Autora: Maria Auta da Silva Pontes
Oh! Rio São João, tu és um Santuário
Sobre ti, garças, gaivotas, atobás voam em bandos!
Bailam, fazem acrobacias no ar! Que lindo!
Aqui, a natureza perpetua um alegre festejar!
Oh! Rio São João! Me apaixonei por ti!
Às suas margens, matas muito verdes...
Ao alvorecer, o bailado inebriante a recomeçar...!
Numa mistura de aves, peixes e insetos mil... Eu vi...!
E a visão disto me fez feliz! Me fez sorri...!
Oh! Rio São João! Não precisa ser poeta
Para ressaltar a tua beleza!
Basta compactuar com a Natureza!
De frente, vejo matas abrigando toda fauna...!
Vejo aves e ouço seu lindo cantar...!
Ao longe, montanhas cinzas, azuis, nem sei...!
Do outro lado, ouço mar...!
Ora manso a sussurrar...!
Ora bravio a nos assustar...!
E no meio de tanta beleza...
Aí está você.. apaixonante, majestoso, a nos encantar!
Ah! Meu Rio São João! Embora tão belo...!
Tu pedes socorro...! E precisamos te preservar!
Pois futuras gerações, também precisam te admirar...!
Contista: Rosana Silva
Crônica: Preto e Branco
Autor: Fernando SabinoPerdera o emprego, chegara a passar fome, sem que ninguém soubesse: por constrangimento, afastara-se da roda boêmia que antes costumava frequentar – escritores, jornalistas, um sambista de cor que vinha a ser o seu mais velho companheiro de noitadas.
De repente, a salvação lhe apareceu na forma de um americano, que lhe oferecia um emprego numa agência. Agarrou-se com unhas e dentes à oportunidade, vale dizer, ao americano, para garantir na sua nova função uma relativa estabilidade.
E um belo dia vai seguindo com o chefe pela rua México, já distraído de seus passados tropeços, mas tropeçando obstinadamente no inglês com que se entendiam – quando vê do outro lado da rua um preto agitar a mão para ele.
Era o sambista seu amigo.
Ocorreu-lhe desde logo que ao americano poderia parecer estranha tal amizade, e mais ainda incompatível com a ética ianque a ser mantida nas funções que passara a exercer. Lembrou-se num átimo que o americano em geral tem uma coisa muito séria chamada preconceito racial e seu critério de julgamento da capacidade funcional dos subordinados talvez se deixasse influir por essa odiosa deformação. Por via das dúvidas correspondeu ao cumprimento de seu amigo da maneira mais discreta que lhe foi possível, mas viu em pânico que ele atravessava a rua e vinha em sua direção, sorriso aberto e braços prontos para um abraço.
Pensou rapidamente em se esquivar – não dava tempo: o americano também se detivera, vendo o preto aproximar-se. Era seu amigo, velho companheiro, um bom sujeito, dos melhores mesmo que já conhecera – acaso jamais chegara sequer a se lembrar que se tratava de um preto? Agora, com o gringo ali a seu lado, todo branco e sardento, é que percebia pela primeira vez: não podia ser mais preto. Sendo assim, tivesse paciência: mais tarde lhe explicava tudo, haveria de compreender. Passar fome era muito bonito nos romances de Knut Hamsun, lidos depois do jantar, e sem credores à porta. Não teve mais dúvidas: virou a cara quando o outro se aproximou e fingiu que não o via, que não era com ele.
E não era mesmo com ele.
Porque antes de cumprimentá-lo, talvez ainda sem tê-lo visto, o sambista abriu os braços para acolher o americano – também seu amigo.
Contista: Rosana Silva
Crônica: Recado ao Senhor 903
Autor: Rubem Braga
Vizinho,
Quem fala aqui é o homem do 1003. Recebi outro dia, consternado, a visita do zelador, que me mostrou a carta em que o senhor reclamava contra o barulho em meu apartamento. Recebi depois a sua própria visita pessoal – devia ser meia-noite – e a sua veemente reclamação verbal. Devo dizer que estou desolado com tudo isso, e lhe dou inteira razão. O regulamento do prédio é explícito e, se não o fosse, o senhor ainda teria ao seu lado a Lei e a Polícia.
Quem trabalha o dia inteiro tem direito ao repouso noturno e é impossível repousar no 903 quando há vozes, passos e músicas no 1003. Ou melhor: é impossível ao 903 dormir quando o 1003 se agita; pois como não sei o seu nome nem o senhor sabe o meu, ficamos reduzidos a ser dois números, dois números empilhados entre dezenas de outros. Eu, 1003, me limito a Leste pelo 1005, a Oeste pelo 1001, ao Sul pelo Oceano Atlântico, ao Norte pelo 1004, ao alto pelo 1103 e embaixo pelo 903 – que é o senhor.
Todos esses números são comportados e silenciosos; apenas eu e o Oceano Atlântico fazemos algum ruído e funcionamos fora dos horários civis; nós dois apenas nos agitamos e bramimos ao sabor da maré, dos ventos e da lua. Prometo sinceramente adotar, depois das 22h, de hoje em diante, um comportamento de manso lago azul. Prometo.
Quem vier à minha casa (perdão; ao meu número) será convidado a se retirar às 21h45min, e explicarei: o 903 precisa repousar das 22h às 7h pois às 8h15min deve deixar o 783 para tomar o 109 que o levará até o 527 de outra rua, onde ele trabalha na sala 305. Nossa vida, vizinho, está toda numerada; e reconheço que ela só pode ser tolerável quando um número não incomoda outro número, mas o respeita, ficando dentro dos limites de seus algarismos. Peço-lhe desculpas – e prometo silêncio.
... Mas que me seja permitido sonhar com outra vida e outro mundo, em que um homem batesse à porta do outro e dissesse: “Vizinho, são três horas da manhã e ouvi música em tua casa. Aqui estou”. E o outro respondesse: “Entra, vizinho, e come de meu pão e bebe de meu vinho. Aqui estamos todos a bailar e cantar, pois descobrimos que a vida é curta e a lua é bela”.
E o homem trouxesse sua mulher, e os dois ficassem entre os amigos e amigas do vizinho entoando canções para agradecer a Deus o brilho das estrelas e o murmúrio da brisa nas árvores, e o dom da vida, e a amizade entre os humanos, e o amor e a paz.
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Encontro Ecologicamente Poético
I Concurso Literário (7/10/2006)
Realização: Associação de Moradores Centro Hípico
Local: Escola Municipal Edith de Castro
Patrocinador: Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Pesca
Apoio: Sercetaria Municipal de Educação
Categoria Edith de Castro
Classificação Ana Paula 1ª colocação
Jonatham 2ª colocação
Natani e Maira 3ª colocação
Categoria Jovem
ClassificaçãoLeonardo 1ª colocação
Tainá 2ª colocação
Categoria Adulto
Classificação
Maria Auta 1ª colocação
Vera 2ª colocação
Josefa 3ª colocação
Categoria Varal Literário
Classificação
Camilla 1ª colocação
Débora 2ª colocação
Larissa 3ª colocação
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Autora: Ana Paula Almeida Bezerra
Os bens naturais
É em Deus que penso
quando olho essa
linda natureza
É a ele que peço
para não haver
mais tristeza
Os homens matam...
destroem
É esse sentimento
que me corrói.
São tantas as maravilhas...
Eu vejo o mar
e mergulho em
suas ondas tão azuis.
O sol pois, nelas bate
e reflete toda sua luz.
Ando pela nossa terra
vejo nossos animais
vejo nossas árvores
Ah... que cheiro bom!
Vejo logo no pé de cacau
o meu bombom.
O fogo tem seu calor
calor este que me ajuda
na hora de cozinhar.
O fogo me traz
um sentimento de força
sentimento que logo acaba
quando lavo a louça. Ah, Ah, Ah...
Então como falar do ar
É nossa existência, nossa sobrevivência
Sinto pelo ar essências maravilhosas
Essências essas que sinto, talvez
em uma simples rosa.
Mas porque acabar tudo isso?
Pra quê acabar o mundo inteiro?
Por dinheiro?
Pare e pense se vale a pena!
No futuro são nossas gerações
que vão sentir essa “pena”
Vamos proteger, preservar
o que Deus nos deu.
Se não pro mundo
só restará o adeus!
Autor: Jonathan Fernandes
O Rio
O Rio que corre,
que o vento leva,
que traz,
que seca,
que alimenta os peixes,
pássaros e homens.
Homem que cuida, admira e destrói.
Destrói esta natureza bela,
e ao mesmo tempo fera;
que corre na beirada deste Rio,
de beleza inigualável;
que ao envolto se acaba o mangue,
O campo e a floresta se destroem.
Destrói o ar, o oxigênio,
com o tombar das árvores,
espantando os pássaros;
pássaros estes muitos em extinção.
Que colore o céu, que abrilhanta a terra.
Terra esta que sofre e morre levando o Rio.
Autora: Maira Cristina Medeiros da Silva
Por que preservar?
Há muito se fala em ecologia
Há muito se preocupa com o meio
Há muito se fala em preservação
Mas por pura e mera utopia.
Neste século se percebeu
A importância que tem a natureza
Percebe-se que vai muito além
De sua pura e grande beleza.
Devemos nos preocupar
Com nossa rica fauna e flora
E lutar para preservar
Pois este é o tempo e a hora.
Se quisermos para as futuras gerações
Boas coisas deixar
Lutemos para que o meio
Se possa amar e preservar.
Podemos achar que é bobagem
Com alguns animais se preocupar
Mas se deles não cuidarmos
Que lembranças irão deixar?
Falar em onças, micos, pássaros e plantas
Às nossas futuras gerações
Vai ser muito gratificante
Se tivermos exemplos a mostrar.
Por isso quero aqui
O meu recado deixar
Não pensem que ecologia é moda
É necessário o meio ambiente preservar.
Autor: Natani Queiroz
Mundo só de Homens
Meio Ambiente ...
... espaço em que se vive
homens, animais e plantas
Ou será só homens?
Que lugar estamos deixando
Para os animais e para as plantas?
Talvez na correria do dia-a-dia
não se perceba um pássaro cantando,
uma gaivota em seu voo esplendoroso
Ou até mesmo o vento entre as folhas das árvores.
São coisas tão pequenas, mas que embelezam o mundo
Olha em volta, veja o que você tem?
Prédios, carros em alta velocidade
Isso te estressa? Em que você pensa?
Em um lugar calmo, o mar...
Um lugar tranquilo para conversar
Onde? Quem sabe onde tenha
o canto dos pássaros,
o voo da gaivota,
o vento nas folhas das árvores
Onde achar? Não sei.
O homem, um ser racional
irracionalmente destrói a natureza
seja quem somos
homens, mulheres ou crianças
Temos direitos e deveres
direito em se divertir
descansar e ser feliz
E o dever de preservar
Para que os outros tenham
os mesmos direitos
Preserve a natureza
Ela tem o direito de viver
e o dever de tornar
os nossos dias mais bonitos.
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